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Tuesday, December 22, 2009

O que devemos à Pitágoras?


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Pitágoras de Samos, o primeiro filósofo
"The point of philosophy is to start with something so simple as not to seem worth stating, and to end with something so paradoxical that no one will believe it." (O ponto da Filosofia consiste em começar com algo tão simples, que não seja digno de menção, e terminar com algo tão paradoxo que ninguém irá acreditar...)-Bertrand Russel

Há dias reflectia sobre a origem da palavra filosofia, e deparei-me com uma lembrança quase esquecida do momento em que surgiu a palavra F,I,L,O,S,O,F,I,A mas ainda me era equívoco repensar sobre ela não etimologicamente mas o momento histórico ao qual esta palavra se encontra eternamente ligada.O nome Pitágoras tornou-se familiar a muitas gerações de crianças europeias em idade escolar porque lhe foi atribuída a primeira demonstração de que o quadrado da hipotenusa de um triângulo rectângulo é igual em área à soma dos quadrados dos outros dois lados. Mas Pitágoras fundou também uma comunidade religiosa comum conjunto de regras ascéticas e cerimoniais, a mais bem conhecida das quais era a proibição de comer feijões. Pitágoras ensinou a doutrina da transmigração das almas: os seres humanos teriam almas independentes dos seus corpos e, aquando da morte, a alma de uma pessoa poderia migrar para outro tipo de animal. Por esta razão, ensinava os seus discípulos a absterem-se de carne; diz-se que, uma vez, terá impedido um homem de açoitar um cachorro por ter reconhecido nos seus ganidos a voz de um amigo querido já falecido. Pitágoras acreditava que a alma, tendo migrado sucessivamente para diferentes tipos de animais, podia ac abar por reencarnar num ser humano. Ele próprio afirmava lembrar-se de ter sido, alguns séculos antes, um herói no cerco de Tróia.Um desses dias, Pitágoras ao tomar o seu copo de água habitual conversava com os seus discípulos como é que o número deu origem ao universo e como é que os seres humanos migravam as suas almas em outros seres e outras vidas. depois de algum tempo, com a mão no queixo, Pitágoras calou-se e pôs-se a rir (gargalhadas bem altas), um dos díscipulos interrogado com a atitude do seu mestre levantou-se perplexo e perguntou: "Mestre de que te ris?", Pitágoras calmamente fechou o seu sorriso e disse-lhe: "Meu caro cleofonte, eu não me ria, apenas expressava o número, bastava contares quantas gargalhadas dei e quantos sorrisos demostrei que encontrarieis o número!!! ". O jovem discípulos calou-se perante a manifestação de tamanha sabedoria por parte do mestre que não hesitou e disse: "Mestre, o senhor é um sábio!!!"...Pitágoras, um tanto símplice como sempre calou e respondeu: "Agradeço pelo elogio, mas para sua informação eu não sábio!!". Todos os díscipulos indagaram-se e aproximaram-se do mestre: "Mestre o senhor não é sábio? Então o que é? Donde provém tamanho conhecimento?". Pitágoras disse-lhes: "Eu sou apenas um philosophos(filósofo)".
O que Pitágoras queria dizer? Será que não fazia sentido para ele aceitar de uma vez que possuia uma inteligência fora de comum, e que o seu pensar assemelhava-se aos dizeres dos deuses do Olimpo?!!! Era humildade ou apenas uma maneira de relegar o estatuto de sábio apenas aqueles que têm contacto com o divino? O que Pitágoras fez?
Ele inventou e cunhou um termo que durante séculos separaria mito e conhecimento, verdade e mentira, religião e ciência, senso-comum e ciência, boato e realidade. Pitágoras dividiu o saber entre os que o possuem e os que o buscam (philosophia). Muitos puderam ser classificados como filósofos, não porque sabiam o que eram, mas pelo simples facto de Pitágoras ter introduzido um termo que poderia classificá-los!!!! Na grécia existiam sábios, mágicos, videntes, políticos, escravos, matemáticos, físicos e mestres religiosos mas não existiam filósofos...nem filosofia (?!!) até que um jovem mestre respondendo à um humilde elogio decifrou e catalogou uma nova tribo de homens, de mulheres, de cidadãos e de pessoas.
Então devemos ou não devemos muito á Pitágoras?

Nova Faculdade de Filosofia abre em Moçambique

In Maputo, Terça-Feira, 22 de Dezembro de 2009:: Jornal Notícias


A PROJECTADA Faculdade de Filosofia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) entra em funcionamento em Fevereiro próximo, segundo garantias dadas pelo respectivo Reitor, Filipe Couto.

Um memorando de entendimento com vista à concretização deste plano foi ontem rubricado por Filipe Couto e pelo Bispo da Diocese dos Libombos, Dom Dinis Sengulane. Assim, a Diocese dos Libombos passa a acolher a Faculdade de Filosofia nas suas instalações, no recinto da Escola Anglicana São Cipriano.

Falando no acto da assinatura que formaliza esta vontade, o Reitor da UEM disse que já era necessária a criação daquela faculdade numa altura em que o país precisa de jovens munidos de ferramentas suficientemente sólidas para, segundo disse, catalogar a realidade.

“Estando no ano Eduardo Mondlane, há necessidade de fazer com que os jovens comecem a pensar em factos. Por exemplo, fala-se da corrupção, transparência, pobreza, riqueza mas é preciso conhecer a realidade, e saber, acima de tudo, no que as pessoas acreditam”, disse.

A parceria entre a Universidade Eduardo Mondlane e instituições religiosas não é nova. Num passado não distante, um acordo similar foi assinado com a Comunidade Maometana, que cedeu espaço num estabelecimento de ensino, onde funciona a Escola de Comunicação e Artes.

Para Dom Dinis Sengulane, Bispo dos Libombos, o acto ora testemunhado é a concretização de um desejo antigo de, formalmente, a igreja que representa dar o seu contributo no ensino superior em Moçambique, promovendo a dignidade humana através do alargamento do conhecimento.

“Sendo este o ano Eduardo Mondlane, a Igreja Anglicana introduz neste mesmo ano, em seu património, o nome Eduardo Mondlane, dando assim o seu contributo de honrar o arquitecto da unidade nacional, numa instituição de relevo na vida anglicana, ainda que humilde. O nome Mondlane não nos é alheio, anglicanamente falando”, disse Sengulane.

A Universidade Eduardo Mondlane já realizou inscrições para os exames de admissão referentes ao ano académico de 2010 sem, no entanto, contemplar a nova Faculdade. Sobre o procedimento a dar, Couto disse que será aberta uma excepção no sentido de se realizarem exames de admissão para o curso de Filosofia e posterior arranque do curso que, numa primeira fase, não terá mais do que cem estudantes.

Esta e a primeira vez na história da Universidade Eduardo Mondlane que se tem Filosofia como curso. Segundo o reitor, existe capacidade de resposta em termos de docentes para darem início às aulas.

Monday, December 14, 2009

Convite para Filosofia

A Filosofia foi vista desde a Antiguidade (séc.III a.C.) como um instrumento para a convivência social entre os homens, e como uma arma indispensável para a compreensão do mundo. Infelizmente, hoje em dia, a Filosofia tem sido vista como mais uma ciência inválida e desnecessária para a sociedade em via de desenvolvimento, baseada na técnica, no consumo, na pobreza e no Capitalismo desenfreado. E outros aind argumentam que o países como Moçambique não precisam de Filosofia, e muito menos de Filósofos, porque ao invés de diminuirem a pobreza a Filosofia aumenta os problemas (cria problemas desnecessários). E quanto mais o tempo passa a Filosofia vai sendo considerada como uma ciência arcaica e meramente auxiliar, dependente da misericórdia das outras ciências e da boa vontade das políticas educacionais, o que faz com que o papel da Filosofia seja a do museu de onde o pensamento especulativo surgiu.
O pensar foi reduzido a condição secundária do capitalizar, a um mero elo entre a produção e o consumo. As sociedades em vias de Desenvolvimento querem dinheiro e não raciocínio. Os homens buscam o momentâneo e o não valoroso, as escolas formam máquinas e não homens, na política mais vale a mentira que a verdade...e é assim que o mundo vai, mas para onde irá a Filosofia? Vamos Deixá-la a mercê do destino e da economização da ciência? Vamos deixá-la envelhecer em prateleiras de escolas universidades ou vamos apresentá-la ao mundo?

A Filosofia é necessária e importante, mas para permitir a sua integração na sociedade devemos pensar em estratégias úteis de integração na sociedade (polis) como faziam os atenienses, os romanos e os alemães. Temos de envidar esforços contínuos para preservação e inovação da problemática filosófica em Moçambique. É tempo de Pensar e Dialogar de uma maneira mais aberta, quebrar a dicotomia Instituições de Ensino e Universidades, e propor a melhor maneira de promover o pensamento e raciocínio filosóficos!!!

O Centro de Filosofia Aberta em Moçambique (CFAM), é uma iniciativa moçambicana que pretende reaver o espaço perdido da Filosofia na sociedade através de vários meios: Palestras, conversas, convívios, grupos de leituras e massificação em rede dos problemas da Filosofia na sociedade. É importante refrisar e valorizar o pensamento crítico-reflexivo mas também interventivo da Filosofia na sociedade. Porque um povo sem entendimento, indubitavelmente perece. E é o nosso desejo, aumentar o entendimento em relação a Democracia, Justiça sócio-económico, direitos humanos, trabalho, educação e artes através da Filosofia.

Por isso, convido-vos para juntos fazermos parte desta iniciativa e invidarmos esforços para uma nova compreensão e insersão da Filosofia na nossa Nação. Façamos esforços para começarmos o mais rápido com acções de respostas a esta fragilidade. Comecemos a dialogar com todas as esferas sociais e todas as áreas de saber para promovermos uma nação consciente e racional.

Vamos todos juntos unir-nos por uma Flosofia Aberta, porque tudo depende de mim e de ti

UMUNTU NGUMUNTU NGABANTU
Uma pessoa é uma pessoa por causa de outras pessoas.
(Eu sou porque você é, e você é porque nós somos).
Ditado Zulu
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