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Thursday, January 13, 2011

O Homem é Aquilo que lê !!! (falácia)



Os grandes desafios actuais da escolaridade em Moçambique mostraram claramente que muitos alunos do ensino primário e infelizmente também estudantes do ensino universitário lêem pouco. O que isso significa? Signfica que por mais tópicos de leitura que o professore dê eles somente lêem o que estiver disponível, ou por outra, há maior preocupação em “fingir que se lê” do que em “ler o que finjo”. Este diámetro entre o ler e o ser constitui a incognita do educador. Por que o conhecimento constitui uma chave para desvendar o mundo. Mas de que nos importa o mundo se no fundo o que queremos é dinheiro e vida boa? Essa questão deve ser analisada em outros meios com outros fins pretendidos, contudo está mais que claro que a leitura é um exercício considerado complicado, por considerer-se que mais vale ver um filme, telenovela ou jogar o playstation que inventar motivos para fechar-se em um quarto ou biblioteca e ler.
O hábito é que faz o monge e o monge é um homem de hábitos, essa sequela é inconfundível pela profundeza da relação. O homem é aquilo que lê, ou é os livros que leu. Consideramos que as diversas formas de literatura com que nos deparamos de certa forma condiciona o comportamento humano através da habilidade de enquadramento dos cenários lidos com o nosso imaginário e da relação deste com o quotidiano. Quer dizer portanto que se não leio não sou ou não existo? Não propriamente, a desventura do facto de não-leitor leva o homem a uma total ignorância, e Wittgenstein defendeu claramente a linguagem que falamos representam o horizonte do mundo em que vivemos, se aprendi que mais vale dizer “quadrado” e não percebo o que significa o termo “paralelopípedo”, está mais que claro que a minha intervenção em certos meios estará reduzida a possibilidade das palavras que uso e delas a percepção do mundo.
Complicado?
Acredito que não, se uma criança de cinco anos entra numa aula de metafísica num anfiteatro universitário ou vai a uma palestra de física quântica, claramente ela se considerará desenquadrada ou perdida, por que o universo do seu vocabulário ainda não apreendeu novos conceitos possíveis de dialogar com metafísicos e físicos. Consideraremos então que a criança de cinco anos encontra-se numa condição de inexistência académica no círculo dos metafísicos e académicos.
Claro!?!
Quanto a leitura?
O homem que lê livros religiosos é considerado religioso, o homem que lê romances é considerado romântico, a mulher que lê livros de culinária é considerada cozinheira. Ora, os livros que leio desenham o que sou para mim e de certa forma o que  também sou para os outros. Se não leio não sou e se sou é porque leio!
Capisce?!

Friday, January 7, 2011

TED WILLIAMS: De mendigo a estrela de rádio e televisão

UM mendigo com excelente voz de rádio teve a sua vida transformada, passando a locutor de rádio e com um salário de milhares de dólares, isto em menos de 24 horas. O insólito caso deu-se nos Estados Unidos da América, quando Ted Williams, morador de rua na cidade de Columbus viu o seu vídeo exibido no site YouTube, onde aparecia exibindo os seus dotes de “grande locutor”. Imediatamente, começaram a chegar propostas de emissoras de rádio e televisão e até doações de milhares de dólares para ele.
Maputo, Sexta-Feira, 7 de Janeiro de 2011:: Notícias
 
Tudo começou com a curiosidade do cinegrafista, Doral Chenoweth, que decidiu “brincar” com o mendigo que exibia uma placa com os dizeres “Tenho o dom divino da voz, sou um ex-locutor de rádio que caiu em desgraça”.
Com a sua câmara, Chenoweth deu dinheiro ao mendigo com a condição de que devia “trabalhar”, o que não era mais do que demonstrar os dotes da divina voz que dizia ter.
A espectacular voz do mendigo foi então registada, numa gravação que comoveu dezenas de milhar de pessoas no YouTube, trazendo milhares de pessoas à sua causa. E em poucas horas, milhares de utilizadores do site já estavam a promover o talento de Williams.
Para além de ajudarem a promover o vídeo, começaram a “chover” milhares de dólares em doações. E um ouvinte anónimo ofereceu 15 mil dólares norte-americanos a uma rádio local para ajudar a pagar os primeiros salários de “radialista mendigo”, enquanto outros programas de rádio e televisão manifestavam o seu interesse em exibir, e até mesmo contratar, sua voz grave e suave.
No entanto, enquanto se promovia o talento de Ted Williams e surgiam propostas de emprego, ele continuava sem saber de nada, para além de que ninguém o conseguia encontrar.
As propostas simplesmente não chegavam ao maior interessado que não tinha residência, telefone e muito menos acesso à Internet para saber que já havia se tornado uma celebridade internacional e que não precisava mais pedir esmolas.
Só no final da tarde de quarta-feira é que Ted Williams foi localizado e informado da boa nova. E na manhã de ontem ele já estava a dar entrevistas a uma rádio local, e foi publicada no YouTube.
Para além da fama instantânea, doações em dinheiro e propostas de emprego, Williams também já ganhou uma casa nova e uma segunda possibilidade de fazer valer o seu talento.





Fonte: http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1162307

Thursday, January 6, 2011

Para filósofos, revelações do Wikileaks transformam relações de poder


Capa do jornal francês Liberation
Capa do jornal francês Liberation
Liberation.fr
Elcio Ramalho *
 
A revelação de documentos secretos da diplomacia americana pelo site Wikileaks continua rendendo manchetes na imprensa francesa. Em sua edição desta quinta-feira, feita com a participação de intelectuais, o jornal Libération publica várias análises sobre o escândalo que agita a política internacional.
Com o título "a ditadura da transparência", a psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco chama os hackers que tiveram acesso e divulgaram os documentos secretos de Robin Woods de um movimento anti-globalização suspeito que pretendem demonstrar a todos os internautas que governos de todo mundo organizam verdadeiros complôs contra os cidadãos.
Para Roudinesco, o caso revela que os governantes hoje são vítimas da mesma ditadura da transparência que atinge os cidadãos e também que os meios de comunicação se tornaram tão poderosos quanto os líderes mundiais nos destinos no mundo.
Já o escritor italiano Umberto Eco entende que as revelações provocam esse barulhão todo porque, de um lado, confirmam o que muitos já sabiam.
Depois da Segunda Guerra mundial, as embaixadas se transformaram em centros de espionagem. E, por outro, o fato de um hacker, o pirata de computador, ter acesso e espalhar documento secretos da maior potência do mundo, representa um golpe duro no departamento de Estado americano e muda a dinâmica das relações entre cidadão e poder.
Se até então, um governo podia controlar até onde uma pessoa passou a noite de hotel, agora o cidadão, ou pelo menos um hacker, pode conhecer os segredos do poder.
Como um poder que não consegue manter seus próprios segredos poderá se manter? Quais serão as consequências deste golpe imposto a um poder tão influente? questiona Umberto Eco. O escritor imagina que após tantos progressos tecnológicos, haverá uma volta ao tempo onde informações serão guardadas apenas no papel e em gavetas trancadas à chave. Não será estranho pensar que as práticas políticas e as técnicas de comunicação voltarão ao tempo das charretes, brinca Umberto Eco.
Socialistas
O conservador Le Figaro dedica sua manchete a um tema da política local ; as relações de poder dentro do Partido Socialista, o maior partido de oposição. O jornal informa que a postura silenciosa de Martine Aubry, secretária-geral do Partido Socialista, preocupa muitos partidários especialmente depois de Segolène Royal ter manifestado sua intenção de novamente concorrer às eleições presidenciais de 2012.
Euro
A crise do euro é a manchete do econômico Les Echos. Para o jornal, o Banco Central Europeu enfrenta alguns desafios imposos pelos mercados. Em sua última reunião, o Conselho dos governadores do BCE deve manter ou ampliar as medidas que têm provocado uma reação das bolsas e valorizado a moeda única europeia, diz o jornal.

* Fonte: http://www.portugues.rfi.fr/geral/20101202

Novo centro de documentação pretende impulsionar investigação sobre Nietzsche

 

O edifício finalizado ao lado da residência materna de Nietzsche, em Naumburg, deverá abrigar o maior acervo bibliográfico particular sobre a recepção desse pensador que viria a marcar profundamente o século 20.

 

A obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) vai ganhar mais um espaço de investigação com a planejada abertura do Centro de Documentação Nietzsche (Nietzsche-Dokumentationszentrum) em Naumburg, em outubro próximo.
A iniciativa surgiu em 2000, centenário da morte do filósofo, quando a cidade de Naumburg – onde Nietzsche passou grande parte de sua vida – recebeu a oferta de adquirir a biblioteca do germanista norte-americano Richard Frank Krummel, considerada a maior coleção particular sobre a recepção desse filósofo no espaço de língua alemã.
Casa 
Nietzsche em Naumburg 
A aquisição do acervo Krummel foi o ponto de partida para a fundação do centro de documentação, que será instalado em um novo edifício ao lado da Casa Nietzsche, em Naumburg.
Segundo Ralf Eichberg, codiretor do centro de documentação, o volume do novo acervo bibliográfico – que se estenderá por 520 metros quadrados – não poderia ser abrigado no museu-casa, que deverá ser mantido intacto para visitas públicas.
O novo edifício, construído ao lado da residência materna de Nietzsche, está praticamente finalizado. "Hoje ou amanhã os andaimes deverão ser desmontados", declarou Eichberg à Deutsche Welle nesta quinta-feira (05/08).
Obra dispersa, e controversa
A inquieta trajetória intelectual e pessoal de Friedrich Nietzsche torna-se de certa forma legível nos lugares onde viveu, muitos dos quais guardam até hoje os rastros de sua passagem.
Naumburg, localidade com menos de 30 mil habitantes situada entre Leipzig e Weimar, foi onde Friedrich Nietzsche passou, a partir dos cinco anos de idade, sua infância e adolescência, e para onde retornou em 1890, permanecendo durante anos sob os cuidados da mãe, após ter sofrido um colapso psíquico do qual nunca mais se recuperaria.
Também foi em Naumburg que sua irmã, Elisabeth Förster-Nietzsche, criou nesta mesma época o Arquivo Nietzsche, aproveitando-se do crescente renome do irmão. Logo o arquivo seria transferido para as imediações de Weimar, onde a poeta suíça Meta von Salis-Marschlins colocou à disposição da família, em 1897, a residência onde Nietzsche passaria os últimos anos de sua vida, aos cuidados da irmã.
Essa residência, cujo interior foi inteiramente reformado pelo arquiteto belga Henry van de Velde na época, pode ser visitada hoje como mais um dos marcos da vida de Nietzsche, embora a biblioteca do filósofo tenha sido incorporada à Anna Amalia Bibliothek na década de 1940. Também foi nessa época que parte dos manuscritos e todo material de arquivo foram transferidos para o Arquivo Goethe-Schiller, também abrigado em Weimar.
Outra parte dos manuscritos de Nietzsche se encontra, por sua vez, na biblioteca da Universidade da Basileia, onde o filósofo trabalhou de 1869 a 1879. Foi para lá que seus amigos levaram parte de seus escritos, reagindo à tentativa de falsificação por parte de sua irmã.
Elisabeth Förster-Nietzsche – que na década de 1880 vivera no Paraguai o fracasso da colônia "ariana" Nueva Germania, fundada pelo seu marido Bernhard Förster – não deixou de ter êxito em sua tentativa de adulterar a obra do irmão como corroboração da ideologia antissemita. Foi na Basileia, entretanto, que se desenvolveu outra tradição de estudos nietzscheanos, independente da cooptação do filósofo pelo nazismo.
Para além da reconstituição filológica
O novo centro de documentação em Naumburg não se vê em concorrência, no entanto, com outros acervos da obra de Nietzsche, como Weimar ou Basileia. Ralf Eichberg explica que o centro se dedicará exclusivamente à recepção da obra do filósofo, sem qualquer pretensão de colecionar manuscritos ou relíquias.
Novo Centro 
de Documentação Nietzsche em Naumburg Bildunterschrift: Novo Centro de Documentação Nietzsche em Naumburg
Ao lado das funções museológica e pedagógica, a nova instituição pretende sobretudo oferecer condições de pesquisa para estudiosos de Nietzsche. Isso inclui não só abertura do acervo bibliográfico Krummel, cujos 7 mil volumes e inúmeros artigos esparsos ainda deverão ser catalogados nos próximos tempos, mas também a realização de simpósios e congressos sobre a obra do filósofo.
Para Eichberg, a disponibilização pública da biblioteca Krummel coincide também com o redirecionamento dos estudos nietzscheanos, que durante muito tempo mantiveram um viés estritamente filológico, ocupados em restabelecer a autenticidade dos textos falsificados.
A biblioteca do novo centro de documentação poderá dar um novo impulso à investigação científica, pois oferece subsídios para o estudo de múltiplos aspectos da recepção de Nietzsche, não só filosóficos, mas também literários e culturais.

Autora: Simone Lopes
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5870670,00.html

Wednesday, January 5, 2011

Morreu Malangatana, o pintor Moçambicano

O pintor-mor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya faleceu esta quarta-feira  5 de Janeiro de 2011, deixando para trás uma vasta obra artística que vão de poemas á quadros. Malangatana era um exemplo para muitos artistas e percursor de um movimento artístico que revolucionou Moçambique. Seus ideais e suas paixões representaram a fonte de inpiração para muitos moçambicanos e não-moçambicanos. A sua identidade jamais abandonada, faz um eco de guerrilheiro oculto disparando silenciosamente na profundidade das almas moçambicanas.
Claro que ficarão muitos, mas, se foi sabemos que foi para um panteão digno da sua honra e peso.
Para os filósofos, Ma
langatana representa o pico da reflexão estética sobre a existência moçambicana. O que abriu uma possibilidade infinita de reprodução de questionamentos sobre o significado da identidade. Seus contributos únicos fazem dele um ícone inconfundível dos sonhos dos nossos passados e a ansiedade do nosso futuro.
Mestre Malangatana Valente Ngwenya (1936-201
Seus contos à volta da fogueira, seus blues espontâneos lembrarão o homem majestoso que foi, o pintor da Marrabenta, da txitxuketa e da Ngalanga. O moçambicano enraízado na profundidade de seus quadros explorando o quotidiano de seus irmãos e os seus próprios sonhos.
No fim de tudo o seu píncel ecoará profundamente em nossos olhos e a sua voz rir-se-á comicamente onde estiver daqueles que com ele cantaram, choraram e dançaram.




Paz á Sua Alma